Adrenarca vem antes da Menarca a primeira menstruação
- marciapavaoyoga
- há 3 dias
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Atualizado: há 1 dia

O que é adrenarca?
A adrenarca é a fase inicial da puberdade em que as glândulas adrenais intensificam a produção de andrógenos — principalmente DHEA (dehidroepiandrosterona), DHEA‐S (sulfato de DHEA) e androstenediona. Esse surto hormonal ocorre tipicamente entre 6 e 8 anos de idade, precedendo o desenvolvimento mamário (telarca) e preparando o organismo para os eventos subsequentes, como a pubarca (aparecimento de pelos pubianos) e, por fim, a menarca.
Hormônios e mecanismos
DHEA e DHEA-S: são produzidos em resposta ao ACTH (hormônio adrenocorticotrófico) pela camada fasciculada do córtex adrenal. Circulam no sangue principalmente em forma sulfatada, servindo de precursora para testosterona e estrógenos periféricos.
Androstenediona: molécula intermediária que pode se converter em testosterona ou estrona (um estrogênio fraco) nos tecidos-alvo.
Eixo HPA (hipotálamo-hipófise-adrenal): o aumento de GnRH (hormônio liberador de gonadotrofina) e ACTH estimula a síntese adrenal de esteroides sexuais, desencadeando a adrenarca.
Sinais clínicos
Pubarca: surgimento de pelos pubianos e axilares, visíveis cerca de 6–12 meses após o início da adrenarca.
Odor corporal: modificação do odor axilar, resultado da ação dos andrógenos sobre as glândulas sudoríparas apócrinas.
Alterações cutâneas: leve aumento da oleosidade e possível aparecimento de acne incipiente, refletindo a atividade androgênica.
Relação com a menarca
Embora a adrenarca não seja responsável diretamente pelo primeiro sangramento menstrual, ela sinaliza que o eixo reprodutivo está em transição. A sequência típica é:
Adrenarca (6–8 anos) → 2. Telarca (8–13 anos) → 3. Pubarca → 4. Estirão de crescimento → 5. Menarca (≈12 anos).
Essa cronologia pode variar individualmente conforme fatores genéticos, nutricionais e ambientais.
Variações e implicações
Adrenarca precoce (<6 anos) pode indicar puberdade precoce central ou causas patológicas, como hiperplasia adrenal congênita.
Adrenarca tardia (>9 anos), quando associada a atraso no crescimento de outros caracteres sexuais, pode sugerir disfunção adrenal ou distúrbios metabólicos.
Importância clínica: monitorar a idade e a intensidade dos sinais de adrenarca ajuda a diferenciar variação fisiológica de alterações patológicas, orientando a avaliação pediátrica e endócrina.
Acolhimento e cuidados
Diálogo familiar e escolar: explicar à criança e aos responsáveis o significado dos sinais e desmontar mitos sobre “crescer rápido ou devagar”.
Acompanhamento profissional: consultas regulares com pediatra ou endocrinologista para avaliar o desenvolvimento e, se necessário, solicitar exames hormonais.
Saúde geral: incentivar sono adequado, alimentação equilibrada e atividades físicas, pois o estilo de vida influencia o eixo hormonal e o tempo até a menarca.
Compreender a adrenarca é fundamental para apoiar meninas nessa fase de descobertas corporais, garantindo que transitem com segurança e informação até a menarca e além. Se desejar explorar protocolos de avaliação clínica ou materiais educativos ilustrados sobre adrenarca, posso ajudar a elaborar recursos específicos.
MPavão
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